3.2.09

A resenha do desconhecido

Ontem à noite comecei a ler um livro. Fiquei encantado. Mas só me lembro disso. Só me lembro que fiquei encantado. Não sei o título nem o autor. O tema ou as referências, então, são quaisquer coisas que não tenho a mínima ideia. Porém, quando penso no livro, sinto-me extasiado, como se o sangue circulasse mais rápido em meu corpo e uma febre estranhamente agradável se instalasse.
Já fechei os olhos para tentar sonhar com o livro. Mas não dá. Nenhum personagem fica claro em minha mente. E nem sei se tinha personagem.
Ah, o papel de que era feito o livro. O toque era macio, como se fizesse parte da história. Trazia paz. No trocar de páginas, sentia acariciados meus dedos, a respiração se aprofundava, e o ar ficava mais puro. Mas não me lembro de que papel eram feitas tais páginas.
Também não consigo remontar o narrador. Se era ele, se era ela, se falava em primeira pessoa, se apenas me contava algo de outros. Mas é certo que não me sentia mais sozinho. Foi como se um abraço me envolvesse, como se a temperatura do ambiente se tornasse amena para que o calor daquele abraço ficasse perfeitamente reconfortante.
Penso que foi nesse momento que dormi. Nada está muito claro. Apenas o recordo de um sorriso que me foi extraído involuntariamente. E quando relembro do que não consigo relembrar, ainda me sai o sorriso.
Fitei a estante do quarto, a mesa, o chão, tentei espiar pela porta entreaberta. Mas não devo procurar mais. Na verdade, não quero procurar. Eu, com este sorriso, assim, fico bem melhor.

2 comentários:

Anônimo disse...

Este texto contem pensamentos de varios momentos . Mas faltou emoção! so foi um detalhe mais pode melhorar voce tem "capacidade"...

fervilheta disse...

fazia tempo que eu não passava por aqui....
só pra lembrar da história do bruno aleixo...
bjbj